segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Governo e patrões querem corte nas indemnizações por despedimento

"O Governo desvenda hoje qual a sua proposta para "aliviar" os encargos das empresas com os despedimentos, que poderá passar pela imposição de um tecto máximo aos valores pagos aos trabalhadores, à semelhança do que acontece em Espanha.

As organizações patronais querem reduzir para metade ou para um terço as indemnizações nos processos de despedimento colectivo ou por extinção do posto de trabalho e defendem a imposição de um tecto máximo, que actualmente não existe. Os sindicatos, principalmente a CGTP, nem querem ouvir falar de tal hipótese.

Os dados estão lançados para a reunião mais polémica em torno do pacote de 50 medidas que o Governo quer pôr em prática ainda este ano para "fomentar a competitividade e o emprego".

Actualmente, os trabalhadores envolvidos em despedimentos colectivos ou cujo posto de trabalho foi extinto têm direito a uma indemnização de um mês de salário-base (sem contar com os suplementos) por cada ano ao serviço da empresa, sem que a lei preveja qualquer limite máximo. Na prática, um trabalhador que tenha 30 anos de casa terá direito a uma indemnização correspondente a 30 salários.

Ora tanto a Confederação da Indústria (CIP) como a Confederação do Comércio e Serviços (CCP) e a do Turismo (CTP) argumentam que os valores actuais impedem as reestruturações das empresas. Gregório Rocha Novo, dirigente da CIP, não tem dúvidas que "é preciso preservar o emprego e evitar que as indemnizações sejam um factor de desemprego". A indústria recupera uma reivindicação antiga e vai propor hoje que a indemnização passe a corresponder a meio mês por cada ano de antiguidade, com o limite máximo de 12 meses e com um valor também limitado.

A CCP e também a CTP propõem um modelo semelhante ao que vigora em Espanha e aponta os 21 dias de salário por cada ano de antiguidade como valor a aplicar no cálculo da indemnização, com o limite máximo de 12 meses. Além disso, os serviços reclamam o fim das indemnizações pagas aos trabalhadores que saem da empresa no fim do contrato a termo e para que as medidas tenham efeito imediato pedem que isto se aplique a todos os contratos de trabalho, actuais e futuros.

Inspiração espanhola

Estas propostas extravasam as linhas gerais apresentadas no final de 2010 pelo primeiro-ministro. Nas reuniões com patrões e sindicatos, Sócrates propôs-se impor um tecto máximo às indemnizações por despedimento e criar um fundo financiado pelas empresas para pagar uma parte dessas indemnizações dos trabalhadores. Mas deu a garantia de que as novas regras se destinarão apenas ao trabalhadores que iniciem a sua actividade profissional numa empresa após a entrada em vigor da medida.

O Governo parece inclinar-se para aplicar, em parte, o modelo espanhol e poderá colocar em cima da mesa a imposição de um limite máximo de 12 meses às indemnizações por despedimento colectivo.

Oficialmente nunca se falou em reduzir o valor das indemnizações, embora o secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, garanta que está tudo em negociação. Em Espanha, o trabalhador vítima de despedimento colectivo recebe uma indemnização de 20 dias de salário por ano, com um limite de 12 meses de salário. Mas a indemnização é calculada com base no salário total, incluindo os suplementos.

Na prática, um trabalhador com 30 anos de casa recebe no máximo 12 salários, anulando-se os restantes 18 anos de antiguidade, mas a base de cálculo é superior ao que acontece em Portugal, dado que conta a totalidade do salário e não apenas o vencimento-base.

A CGTP considera a pretensão do Governo de alterar os custos com as indemnizações "absurda", acusando-o de estar a ajudar as empresas "a substituir os trabalhadores efectivos por trabalhadores precários, com salários mais baixos, menos direitos e maior precariedade social". "O Governo socialista está a fazer propostas que nem Governos de direita tiveram coragem de propor no passado", afirmou à Lusa Arménio Carlos, da comissão executiva da CGTP.

Na UGT, considera-se que a imposição de um tecto às indemnizações é uma forma de embaratecer os despedimentos, mas, ainda assim, o presidente da central, João de Deus, diz-se disponível para negociar. Com três condicionantes: que os tectos se destinem apenas a novos contratos, que o valor imposto seja "razoável" e que o fundo para financiar as indemnizações seja exclusivamente suportado pelas empresas.", In Publico.

Meus amigos isto é fantástico, não estamos a falar de PME's, Estamos a falar de empresas que simplesmente querem fechar o estaminé em portugal e para não gastarem mt dinheiro oferecem umas coroas ao Socrates e ele alinha esta merda...
Na Pratica, hoje se formos despedidos ganhamos um mês de salário por cada ano de trabalho, o que estes senhores querem basicamente é pagar no máximo 12 meses de salário... apenas e só... isto para fecharem ou para substituir os efectivos por trabalhadores precários, desculpem mas se isto for aprovado, somos um pais muito burro...
Sócrates vai pó C....

3 comentários:

Escala-te disse...

Alguém me explica o que é que Portugal em si como país, ou o governo ganha com isto? Re-estruturação não é u eufemismo para despedimentos? E isto não é para empresas particulares, que o estado nada tem a ver? Tem de haver uma contrapartida, o absurdo desta medida não é apenas a flexisegurança. Em Portugal não há mobilidade de emprego como nos países que inventaram isso. Nesse o máximo de tempo de um desempregado é 6/7 meses; em Portugal, mais de metade é superior a um ano...falta aí qualquer coisa na notícia, não Jeco?

Mr. Jeccus the 1rst disse...

lol mas alguém ainda acredita que o sócrates é socialista!!!!

C8s disse...

http://economia.publico.pt/noticia/governo-e-patroes-querem-corte-nas-indemnizacoes-por-despedimento_1476809
Caro Escala-te a noticia está completa, mas fica com o link...
incrível que o povo português seja tão cómodo, que nem se manifesta a estas medidas... efectivamente para quem trabalha apenas 1 ano e é despedido esta medida é boa, no entanto quem trabalha mais do que um ano está completamente fodido... O socrates vai tomar uma medida em que o beneficio para o povo português é 0!