Emfadonho o triste penar
das almas, espectros a voar,
convalescência sem fim
e que tal a morte em mim?
o medo não assiste, desiste,
a morte não espera, insiste
A usurpação do momento
menospreza qualquer pensamento
surge de forma espontânea, isolada,
leva-nos corrente abaixo, de jangada
o medo não assiste, desiste,
a morte não espera, insiste
Cortando a vertigem do caminho,
com o afiado gume, vou sozinho,
o resplandecer da lamina, o batom,
indústrializa-se a última emoção
o medo não assiste, desiste,
a morte não espera, insiste
Produz-se o rispido acto fulcral
sempre o mesmo sangue no final
qualquer que seja a sublimação
desta vez não é prosa, é canção.
Extrato de "Camomila, o regresso á eternidade da filha não pródiga".
1 comentário:
Caro Valença, os anos passados a ouvir Moonspell e a arranhar as paredes vaginais de miúdas góticas até faê-las sangrar, dão nisto...lol
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