terça-feira, 3 de julho de 2012

Nostalgia do futuro incerto

Acordo, enquanto esfrego a cara olho pela janela e penso:

-Onde estão aqueles esplêndidos campos verdejantes de pés de milho, que por meados de Setembro davam lugar a resplandecentes campos de restolho, onde as crianças brincavam e os namorados se beijavam?

O relvado agora é de alcatrão, os postes eléctricos são árvores com folha caduca todo o ano, os animais foram substituídos por máquinas e o ar puro, apenas existe dentro de casa, após a mudança dos filtros do ar condicionado.

A jovial iteração do ser humano, com todas as suas trocas de comunicação verbal e não verbal, toque e multifacetadas expressões faciais, foram substituídas por smiles e likes em web 2 e 3.0, levando-nos a falar com todos de uma forma superficial e com ninguém com verídica profundidade.

Sempre se ouve dizer que o futuro não trás nada de bom.

Não acredito. O futuro é incerto. Incerto pode ser mal, bom também.








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