sexta-feira, 25 de maio de 2012

Excurso in verso

Sinto um raio de lucidez, hormonalmente personificado, que se expande além do complexo hipotálamo-hipofisário, sem no entanto atingir as gonadas sexuais. Sem perder tempo, e de forma não arbitrária, proponho-me elaborar um pontilhoso e distócico discurso, uma vez que a inspiração nao dura per omnia saecula saeculorum.

Paulatinamente surgem imagens à desgarrada,
tipo fotografia despolarizada,
assim não é possivel colocar na tela,
a bela música desta aguarela.

Querem sentir a obnubilação perceptiva?
Ler algo inaudito?
Que tal uma impropéria palavra nociva,
Abram alas a este manguito.

Os acontecimentos não esperam,vão,
já lá estão no carreiro,
tendo as entradas sido de leão,
as saídas parecem de sendeiro.

Já sinto o zéfiro punhal da insónia,
com seus gumes pouco aguçados,
enquanto se desperta na Letónia,
adormecem em Portugal mal tratados.

In "Enquanto se oferece ben-u-ron, faz-se poesia" , versos pesados mas sacados à linha.

2 comentários:

Escala-te disse...

Lindo Valença!!!

Épico!!!

Mr. Jeccus the 1rst disse...

Temos um verdadeiro poeta...